Vai comprar um SSD? Evite estes 10 erros que podem sair caros

Evite perda de desempenho e dados: conheça os erros mais comuns na escolha de um SSD e como garantir uma compra segura e duradoura.
Escolher o SSD certo pode fazer toda a diferença no desempenho e na durabilidade do seu computador. Seja para acelerar o arranque do sistema, melhorar o desempenho de aplicações exigentes ou garantir espaço para jogos e edição de vídeo, uma escolha mal ponderada pode tornar o seu PC mais lento, instável ou até levá-lo a falhar prematuramente. Nesta lista, partilhamos 10 erros clássicos cometidos por quem compra um SSD — e como evitá-los para poupar tempo, dinheiro e dores de cabeça.
Muitos consumidores concentram-se apenas no preço ou nas velocidades teóricas anunciadas e ignoram aspectos técnicos fundamentais. Desde a durabilidade do chip (TBW) à presença de memória cache (DRAM), passando pela refrigeração, compatibilidade com a motherboard e garantias do fabricante — cada pormenor pode ter impacto directo no custo-benefício do investimento.
1. Não verificar a durabilidade (TBW / MTBF)
O TBW (Total Bytes Written) indica quantos terabytes podem ser escritos no SSD antes de as células de memória começarem a degradar-se. Já o MTBF (Mean Time Between Failures) estima o tempo médio de funcionamento contínuo antes de falhas. Ignorar estes valores pode levar a uma falha precoce, especialmente para quem grava muitos vídeos, faz backups regulares ou usa máquinas virtuais. Para utilizadores que editam vídeo em 4K ou trabalham com bases de dados, um TBW baixo pode traduzir-se em poucos meses de vida útil.
Quem usa o SSD apenas para o sistema operativo e algumas aplicações pode tolerar valores mais baixos, mas deve garantir um MTBF aceitável. Consulte a ficha técnica no site do fabricante ou análises especializadas. Um SSD com TBW de 600 TB e MTBF de 1,5 milhões de horas é ideal para profissionais. Ferramentas como o CrystalDiskInfo ajudam a monitorizar o desgaste. Verificar estas métricas evita compras impulsivas e garante um investimento duradouro.
2. Ignorar a importância da DRAM (ou escolher modelos sem saber que não a têm)
A memória DRAM serve como cache para mapear os dados no SSD, acelerando operações. Modelos sem DRAM (DRAM-less) usam a memória flash para essa função, o que reduz o desempenho em tarefas exigentes, como transferências grandes ou compressão de ficheiros. SSDs com DRAM mantêm a velocidade durante mais tempo, evitando quebras de performance. Para quem joga, edita vídeo ou usa máquinas virtuais, a diferença é significativa.
Para saber se um SSD tem DRAM, consulte a ficha técnica ou análises especializadas. Marcas como Samsung, Western Digital e Crucial costumam indicar essa informação. Em ambientes exigentes, a presença de DRAM ajuda a evitar sobreaquecimento e mantém o desempenho estável. Se o orçamento for limitado, SSDs sem DRAM podem servir para jogos ou armazenamento de documentos, mas não para tarefas intensivas.

3. Não adaptar a escolha às reais necessidades (overkill ou underkill)
Comprar um SSD PCIe 5.0 apenas para navegar na Internet ou editar documentos é um exagero (overkill). Por outro lado, escolher um SSD SATA III barato para edição de vídeo ou jogos pesados pode tornar-se um entrave (underkill). Analise o seu perfil de utilização: se usa o PC para tarefas básicas, um SSD NVMe PCIe 3.0 já oferece ganhos substanciais face a um disco mecânico. Profissionais de design, vídeo ou programação devem optar por PCIe 4.0 com DRAM e TBW elevado.
Antes de comprar, identifique as suas principais tarefas e consulte benchmarks. Evitar o overkill não significa escolher o mais barato, mas sim aquele que oferece o desempenho necessário, sem gastar em excesso. Já o underkill pode comprometer toda a experiência.
4. Não considerar a refrigeração e o impacto térmico
SSDs NVMe em formato M.2 aquecem consideravelmente e, sem dissipador, podem ultrapassar os 70 °C em uso intensivo. Ao atingir temperaturas elevadas, entram em thermal throttling — reduzem a velocidade para evitar danos, afetando o desempenho em transferências prolongadas. Isto é crítico em instalações de jogos, cópias grandes de ficheiros ou edição de vídeo.
Verifique se a sua motherboard inclui dissipadores para o slot M.2. Caso contrário, considere instalar um dissipador próprio. Em portáteis, opte por modelos com proteção térmica e drivers atualizados. Um bom fluxo de ar no gabinete também é essencial para manter o SSD a funcionar em condições ideais.

5. Não verificar a compatibilidade com a motherboard / portátil
Nem todos os slots M.2 suportam NVMe: alguns são apenas SATA, o que limita as velocidades. Existem ainda diferentes tipos de chave (B, M e B+M), que determinam a compatibilidade física e do protocolo. Comprar um SSD sem confirmar estas especificações pode levar a incompatibilidades.
Consulte o manual técnico da sua motherboard ou portátil para confirmar os formatos e protocolos suportados (PCIe 3.0, 4.0, SATA III). Em sistemas com múltiplos slots M.2, alguns partilham recursos com portas SATA ou PCIe, o que pode desativar outras ligações. Garantir a compatibilidade evita frustrações e aproveita todo o potencial do SSD.
6. Comprar capacidade insuficiente por causa do preço
SSDs de 120 GB ou 240 GB são baratos, mas rapidamente ficam cheios com o sistema operativo, aplicações e jogos. O Windows 10/11 pode ocupar mais de 20 GB, e jogos modernos ultrapassam os 50 GB com facilidade. Um SSD de 500 GB é o mínimo recomendado para uso geral. Criadores de conteúdo ou jogadores devem considerar 1 TB ou mais.
Planeie com base nas suas necessidades atuais e futuras. Se trabalha com vídeo, fotografia ou modelação 3D, invista em maior capacidade. Também pode optar por um SSD pequeno para o sistema e um HDD ou SSD secundário para armazenamento, equilibrando custo e desempenho.
7. Esquecer de comparar garantias e suporte
A garantia de um SSD reflete a confiança da marca no seu produto. Fabricantes reputados oferecem entre 3 a 5 anos, com assistência eficaz. Marcas genéricas limitam-se muitas vezes a 1 ano e têm políticas pouco claras. Ao comparar modelos, considere não só a duração da garantia, mas também o serviço pós-venda.
Visite o site oficial da marca e leia os termos da garantia. Fóruns técnicos e redes sociais ajudam a perceber como é o atendimento. Escolher uma marca fiável evita problemas no futuro e protege o seu investimento.
8. Confiar em marcas desconhecidas ou genéricas
SSDs de marcas pouco conhecidas podem usar controladores baratos e chips reciclados. As especificações prometidas raramente se confirmam nos testes. Estes produtos tendem a falhar prematuramente ou têm firmware instável. Ofertas demasiado boas para ser verdade costumam esconder desempenho fraco ou curta durabilidade.
Consulte análises técnicas e comentários de utilizadores. Marcas credíveis publicam especificações claras e certificações reconhecidas. Verifique também se disponibilizam ferramentas de monitorização e actualização de firmware — essenciais para manter o SSD em boas condições.
9. Assumir que todos os SSDs “rápidos” são iguais
As velocidades anunciadas (ex: 3.500 MB/s) referem-se a testes ideais e não representam o uso real. SSDs com boa cache SLC, DRAM e firmware optimizado mantêm o desempenho em transferências prolongadas. Modelos mais básicos sofrem quedas acentuadas após alguns gigabytes.
Compare resultados reais de IOPS (operações por segundo) e benchmarks sustentados. Ferramentas como o ATTO Disk Benchmark e Anvil’s Storage Utilities apesar de antigas, ajudam a avaliar o comportamento em cenários reais. Preste atenção a quedas de velocidade após transferências longas — isso revela a verdadeira performance.
10. Não consultar análises e reviews independentes
Confiar apenas nas descrições das lojas ou no marketing do fabricante é arriscado. Reviews independentes em sites de tecnologia, YouTube ou fóruns revelam problemas ocultos, como aquecimento excessivo, bugs de firmware e incompatibilidades. Ignorar essas fontes pode levar a escolhas erradas e frustração.
Pesquise em pelo menos duas fontes confiáveis antes de comprar. Dê preferência a análises com benchmarks, testes de temperatura e durabilidade. Comentários de utilizadores também ajudam a detectar falhas recorrentes. Esta verificação cruzada garante uma compra segura e informada.