Windows 11: o Microsoft Defender chega para proteger, ou continua a faltar um antivírus?

Com o Windows 11, a Microsoft consolidou uma abordagem mais robusta à segurança nativa. A integração do Windows Security, com o Microsoft Defender Antivirus, levanta uma questão legítima: será que ainda se justifica recorrer a soluções antivírus de terceiros?
Segurança nativa no Windows 11: mais madura do que nunca
O Microsoft Defender, incluído por defeito no Windows 11, evoluiu consideravelmente. Oferece proteção em tempo real contra malware, análise baseada em cloud, isolamento de núcleo, proteção contra ransomware (com controlo de acesso a pastas), além do Windows Firewall e do SmartScreen, que bloqueia conteúdos maliciosos em websites e aplicações.
Segundo os testes do laboratório independente AV-Test (edição 2025), o Defender atingiu a pontuação máxima (6/6) em proteção, usabilidade e desempenho — ao nível de muitas soluções premium do mercado.
Para o utilizador comum ou mesmo para ambientes empresariais com políticas de segurança bem definidas, esta solução é, muitas vezes, suficiente.
Quando considerar uma solução antivírus de terceiros?
Apesar dos avanços do Defender, há cenários onde soluções especializadas continuam a oferecer vantagens claras:
- Funcionalidades avançadas: antivírus de terceiros costumam incluir ferramentas adicionais como VPNs integradas, sandboxing, firewalls bidireccionais, monitorização de rede, gestores de palavras-passe e controlo parental;
- Maior granularidade de configuração: ideal para ambientes empresariais ou utilizadores avançados que queiram personalizar regras, perfis de segurança ou agendar análises completas;
- Melhor cobertura multi-plataforma: muitas suites de segurança incluem proteção para Android, macOS e iOS, permitindo uma gestão unificada da segurança em todos os dispositivos;
- Suporte técnico especializado: útil em contexto corporativo ou para utilizadores com necessidades específicas de resposta rápida.
Além disso, algumas soluções externas oferecem integração com plataformas de gestão centralizada de endpoints, funcionalidades como EDR (Endpoint Detection and Response), e opções de resposta automatizada a incidentes, o que pode ser determinante em ambientes empresariais.
Segurança é um ecossistema — não depende só do antivírus
Mesmo com a melhor proteção instalada, a postura de segurança do utilizador é crítica. Nenhum antivírus é infalível perante engenharia social ou práticas negligentes.
Recomendações básicas mas essenciais:
- Aplicar sempre updates de segurança ao sistema operativo e software;
- Evitar clicar em links ou abrir anexos de origem duvidosa;
- Utilizar palavras-passe fortes e, de preferência, um gestor de credenciais;
- Nunca desativar mecanismos de proteção para contornar bloqueios.
Conclusão
Para a maioria dos utilizadores domésticos, o Windows Security no Windows 11 é suficiente e eficaz. No entanto, em contextos mais exigentes, seja por razões profissionais, regulatórias ou de gestão de risco, investir numa solução de segurança complementar continua a fazer sentido.
A decisão deve ser baseada no perfil de uso, no nível de exposição a ameaças e na complexidade da infraestrutura envolvida.